Tamanduateí
Tamanduateí. Nome de rio que corta a cidade de São Paulo, e nome
escolhido para este trabalho de arte pública. Neste trabalho, que se
remete ao rio Tamanduateí, oculto ou rebaixado em nossa paisagem, assim
como outros rios e mesmo a geografia de nossa cidade, procura tocar e
mover a nossa relação com este lugar em que vivemos. O local escolhido
para este trabalho é o Parque Dom Pedro II, no centro da cidade, como
referência visual, histórica e geográfica do cruzamento do rio com a
cidade. Em muros e pilares, acessíveis aos pedestres, estão coladas
xilogravuras e palavras, ambos impressos em tipografia. As imagens e
palavras remetem ao poema As Metamorfoses, de Ovídio, especificamente ao
dilúvio, e procuram explorar nesta relação com o poema as figuras
suscitadas por este a as possibilidades de transformação pela
justaposição das imagens e pela sua composição, que se dá em uma
estrutura modular. Por fim, a idéia de um dilúvio metafórico, em que as
imagens povoam lugares das margens do rio. Este trabalho permenecerá
exposto de setembro de 2011 a setembro de 2013, e a cada seis meses uma
nova colagem será realizada, metamorfoseando o trabalho e o lugar ao
longo do tempo.
As gravuras são de minha autoria, as impressões foram realizadas na
Gráfica Fidalga, e as colagens foram feitas por Matias Constantino de
Oliveira, Merien Rodirgues, Nicole Turzi, Renatal Rosenthal e pelo
autor.
Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte na Cidade da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo.
Paulo Camillo Penna
2012